O SINTOMA FALA

Published in 3 de maio de 2022 by

           A doença cada vez mais se faz presente no corpo e na mente do ser humano. Sob diferentes nomenclaturas, surgem e ressurgem, contagiando impiedosamente o sujeito.

           De um lado, a evolução científica da medicina ainda é ineficaz na identificação da causa e da cura para diferentes patologias, de outro, a sociedade busca incansavelmente diferentes alternativas, científicas ou não, para solucioná-las. De fato, a cura é um desafio para o mundo contemporâneo.

           Segundo Dethlefsen e Dahlke (2007 p. 14) a doença significa a perda relativa da harmonia no corpo, pois demonstra, diante dos sintomas, que algo está desiquilibrado. O autor explica que na consciência, portanto, está a doença e o sintoma no âmbito corporal, e esclarece:

“Doença e saúde são conceitos singulares, pois se referem a um estado de pessoas, e não, como se costuma dizer hoje com frequência, a órgãos ou partes do corpo. O corpo nunca está só doente ou só saudável, visto que nele se expressam realmente as informações da consciência (DETHLEFSEN; DAHLKE, 2007 p.14)

           Posto isto, é possível reconhecer neste corpo o sintoma, a doença, “mas para isso, também neste caso, é preciso desviar o nosso olhar do sintoma e examinar tudo com mais profundidade, a fim de compreendermos para o que o sintoma está apontando” (DETHLEFSEN; DAHLKE, 2007 p.16).

           Desta forma, ainda segundo os mesmos autores, devemos considerar o sujeito como um todo integralizado: corpo e mente existindo juntos, considerando os sentimentos subjetivos presentes nas dualidades opostas deste sujeito; no passado e futuro, no corpo e psique, na luz e na sombra, na matéria e no espírito, e assim sucessivamente. Eles postulam que: “Nosso caminho exige também a capacidade de aceitar os paradoxos e as ambivalências, sem sentir-se na obrigação de eliminar um dos polos para que haja clareza (DETHLEFSEN; DAHLKE, 2007 p.13).

           Neste ponto, fica evidente a necessidade de compreender o sintoma: o que ele fala? O que pode significar? Como alcançar a saúde?

           A terapia pode ajudar. Experimente!

COMPULSIVO DEMAIS?

Published in 3 de maio de 2022 by

           Come demais? Compra demais? Bebe demais? Organiza demais? Limpa demais? Se cobra demais? Tem vaidade demais?

           O que tem exigido demais de você?

           O exagero ilumina certamente a rigidez com a qual você tem tratado alguns aspectos da sua vida. O que fazer? E o tal equilíbrio, é possível?

           Com certeza, sim! A psicoterapia trabalha a reflexão para a conscientização dos seus hábitos comportamentais, principalmente os que estão desajustados, para que possa dosar melhor as escolhas e as atitudes diárias.

O ideal do ego está encarregado, então, de representar as exigências da realidade, e de permitir que o sujeito concilie essas exigências com o prazer. Tal conciliação aponta para o desenvolvimento da capacidade do sujeito de tolerar as frustrações da cultura. É possível vislumbrarmos que a idealização – como geradora de uma atitude de fascinação que silencia a crítica e cria um estado em que a falta e o conflito estão ausentes e a realidade é substituída pela realização absoluta do desejo (SAVIETTO; CARDOSO, 2012).

           Conheça a si mesmo e encontre o que deseja na dose certa.

           Viva melhor.

A COMIDA TE ATRAPALHA?

Published in 3 de maio de 2022 by

O que a repetição à compulsão esconde?

Euforia?

Ansiedade?

Prazer?

Gula?

Vazio?

Desamor?

Insatisfação?

           Comemos pela boca. A boca é a porta de entrada para engolirmos tudo, mas é a partir do cérebro que emitimos e recebemos todos os nossos desejos. Você tem fome do quê?

Ao engolir nós integramos, aceitamos; engolir significa incorporar. Durante todo o tempo em que algo fica em nossa boca ainda podemos cuspi-lo fora. Mas quando engolimos, não é fácil reverter o processo. Pedaços grandes, no entanto, achamos “difíceis de engolir”. Na verdade, se o bocado for grande demais não podemos engoli-lo. Muitas vezes, temos de engolir coisas na vida que, de fato, nem queremos, como por exemplo, ser despedidos do emprego. Há má notícias que nos causam dificuldade para engolir (DETHLFSEN, RÜDIGER, 2007 p.125).

           Desde quando você adora um docinho, uma comidinha fora de hora? Seu corpo caminha sem pensar em direção à geladeira? Como foi sua infância? Com quem aprendeu a comer?

O significado simbólico do estômago significa: sentimento, capacidade de acolhimento, local de depósito de tudo o que foi engolido; sua forma de foice lembra a lua (seu princípio original) crescente; berço do sentimento, berço da infância, local de preparação e proteção (DAHLKE, 2020 p. 39).

           Se compreendermos nosso crescimento, o ambiente em que vivemos e os hábitos que ao longo do tempo foram impostos, poderemos ressignificar o prazer adicionado ao alimento. O que te alimenta?

           O vilão é sem dúvida o exagero. O corpo sofre, o pensamento pune, e a insatisfação pode acentuar a compulsão.

No caso do sobrepeso, na maioria das vezes o corpo é afetado, o que demonstra que uma satisfação interna tem de substituir a abundância externa. Isso pode aludir ao fato de que o alimento estaria desempenhando um papel de substituto do afeto (dos pais). O amor inicia-se muito naturalmente entrando no estômago por meio da amamentação. Mais tarde, ele pode sempre regredir a esse nível (DAHLKE, KAESEMANN, 2014 p.399).

Você pode ser dono de si. Ouse se conhecer melhor. Faça terapia!

COMO TRABALHAR A BIRRA

Published in 3 de maio de 2022 by

           Chilique? Teimosia? Afronta? Insulto? Muita briga?

           O que de fato é real é que certamente algo está irritando essa criança.

           Avalie o que ela está querendo dizer, principalmente se for pequena demais, abaixo dos 3 aninhos.

           A criança do contra é um problema? Apenas se isso torna se um hábito; caso contrário, é saudável que a criança não aceite tudo de todos. Uma dose de irreverência é bastante importante para sobreviver no mundo atual.

           Lembre-se de que você é o adulto e deve manter a calma e a conversa, dando condições para esta criança se expressar. Então, respire e aumente sua paciência.

           Observe se a atitude de birra tornou-se um hábito.

           Dê atenção e descubra, junto ao pequeno, o que está perturbando.

           Resolva se vai ceder à birra ou se vai educar a criança. Caso ceda ao seu desejo durante uma cena de birra, com certeza usará esse recurso na próxima vez. Caso diga não, não é não!

           Se quiser ceder ao desejo da criança, tudo bem, antes disso, sugira a mudança de comportamento, uma nova comunicação e um outro momento para ganhar o que quer.

           Tenha algumas regras antes de sair de casa, isso ajudará a criança a se preparar para o sim e para o não. EDUCAR DÁ TRABALHO.

A CRIANÇA NA PSICOTERAPIA

Published in 3 de maio de 2022 by

“O mais importante e bonito, do mundo, é isto; que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam”.

Guimarães Rosa

           Eis um ser dotado de capacidade, mesmo diante de patologias diagnosticadas: a criança. Isso porque ela ainda está em desenvolvimento, podendo ser incentivada a aumentar sua capacidade neuronal e cognitiva.

           De acordo com a demanda, a psicologia apresenta técnicas para incentivar o pensamento e introduzir, passo a passo, a psicoeducação, aumentando seu repertório e respostas diante de situações que criamos no próprio consultório, a partir da brincadeira. Dessa forma, ensinamos a criança a lidar emocionalmente com as experiências do dia a dia no aspecto intelectual, afetivo-emocional, social e moral.

           No entanto, sabemos que a criança age repetidamente a partir do que ouve e do que vê. Dessa forma, trabalhamos quinzenalmente a psicoterapia com também com seus cuidadores, a fim de que possamos alcançar um melhor resultado. Com bons exemplos, menos questões precisarão ser trabalhadas.

           A psicoterapia na infância desenvolve melhor a linguagem, a memória, a atenção e o intelecto, auxiliando, portanto, a reflexão e a comunicação individual e social. Além do autoconhecimento, da autoproteção e da capacidade de lidar com problemas difíceis da vida, como a escolaridade, a puberdade, a adultez, o casamento, o divórcio, a maternidade, a paternidade, o luto e as complexos e diversas questões do desenvolvimento ao longo da vida.

Ao regular as ações da criança, a linguagem promove a organização da sua atividade em um nível mais elevado e qualitativamente novo, pois com o mundo da linguagem a criança consegue romper com o imperativo do aqui e agora e circular por eventos passados e projetos futuros (PILETTI, NELSON, 2017 p.134).